9 de julho de 2018
A destinação correta dos medicamentos vencidos ou sem utilização no Brasil ainda é um desafio. Embora a Política Nacional de Resíduos Sólidos, publicada em 2010, tenha previsto que os produtos inservíveis sejam devolvidos aos seus produtores originais, isso não acontece da forma devida na realidade. Seja por falta de informação das pessoas ou pela ausência de um sistema definido de logística reversa no País.
O farmacêutico Javier Gamarra Júnior alerta para o perigo desse cenário, já que esses medicamentos, na maioria das vezes, acabam indo para o lixo comum, para a pia ou para o vaso sanitário. “Esse medicamento vai para a rede esgoto, esse esgoto pode ser submetido a tratamento ou não, mas o fato é que esses resíduos de medicamentos vão permanecer longo tempo ali e mantendo suas propriedades intactas podendo exercer influências importantes no meio ambiente e também podendo trazer riscos à saúde humana ou animal.
Segundo Javier, ainda não existem tecnologias sendo empregadas para remover os restos desses medicamentos, então, fatalmente, existem traços de medicamentos na água potável, na água de abastecimento à população.
Javier Gamarra Júnior é membro do grupo de trabalho sobre homeopatia do Conselho Federal de Farmácia. Ele ressalta que iniciativas pontuais para a coleta desses medicamentos foram implantadas em alguns estados da federação. O próprio conselho chegou a criar um grupo técnico para debater o assunto. Também participou das discussões na Anvisa quando se tentou fechar um acordo setorial para a destinação correta dos medicamentos. Gamarra destaca a importância da participação de todos nessa ação.
“A população deve se mobilizar nos seus estados, cobrar das autoridades de saúde e de meio ambiente que haja pontos de recebimento dos medicamentos inservíveis para que elas parem de fazer o descarte ambiental inadequado no vaso, no lixo, na pia e no ralo porque esses resíduos vão voltar para nós. Mesmo que a gente não queira tomar medicamentos, a gente acaba tomando medicamentos sem querer e isso pode gerar danos ambientais e à saúde importantes.”
Para saber onde há pontos de coleta de medicamentos acesse o site www.descarteconsciente.com.br.
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