12 de maio de 2020

CFF alerta sobre risco da ivermectina de uso veterinário em humanos

CFF alerta sobre risco da ivermectina de uso veterinário em humanos

O Conselho Federal de Farmácia promove neste mês uma campanha pela promoção do uso consciente de medicamentos. A iniciativa é alusiva ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, comemorado em 5 de maio. O objetivo é evitar a automedicação e o uso indiscriminado de medicamentos, bem como alertar a população sobre os riscos do uso desses fármacos sem a orientação profissional, mesmo aqueles vendidos sem receita médica.

A ivermectina, por exemplo, é indicada para o tratamento de diversas infecções causadas por vermes e parasitas. Devido a estudos científicos promissores como opção para tratamento de Covid-19, houve aumento da venda inclusive da formulação voltada para o tratamento de animais. É o que relata o conselheiro federal de farmácia pelo Amapá, Carlos André Sena. “Detectamos que muitas farmácias estão com seus estoques de ivermectina encerrados. E por, conta disso, recebemos denúncia que a população está em busca desse medicamento nas clínicas e locais que vendem medicamentos veterinários”.

O farmacêutico reforça que isso é muito preocupante, pois os medicamentos veterinários possuem formulações diferentes do medicamento para humano. Tanto que eles são registrados no Ministério da Agricultura, enquanto os medicamentos para humano são registrados na Anvisa.

Diante desse comportamento no mercado, o Conselho Federal de Farmácia alerta sobre a falta de estudos conclusivos sobre o resultado de medicamentos para o tratamento de Covid-19, bem como sobre as consequências do uso do medicamento veterinário ivermectina em humanos. “O uso desse medicamento veterinário pela população traz grande risco e efeitos colaterais. As formulações são feitas para animais e não podem ser utilizadas por humanos, com grande risco de sofrerem os sintomas de dor de cabeça, diarreia, vômitos, e outros que podem ser ocasionados pelo consumo de produtos desconhecidos em suas formulações. Então, fazemos o alerta para que a população não consuma esses medicamentos por conta de não eficácia e segurança na sua formulação”.

Carlos André Sena é farmacêutico-bioquímico e especialista em Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura. É ainda pós-graduado em farmacologia clínica e prescrição farmacêutica e atua nas áreas de assistência farmacêutica e saúde Pública.

Fonte: Rádio News Farma